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Entrevista com o fotógrafo Guillermo Riveros

Nascido em Bogotá, na Colômbia, o fotógrafo Guillermo Riveros tem feito cada vez mais sucesso agora que mora em Nova Iorque. Ele é o objeto de todo o seu trabalho, encarnando vários personagens em fotos muito provocativas e irônicas. Em suas respostas, ele fez referências à artistas de todo o tipo – ótima oportunidade para conhecer coisas novas.

Como a cidade mudou você e seu trabalho?

Nova Iorque tem uma grande influencia em mim. Ela tem um ritmo que mudou meu processo criativo. A cidade é também extremamente vibrante e cheia de pessoas diferentes, o que é inspirador para quem cria personagens. A facilidade para achar certos materiais também influenciou meu trabalho. Na Colômbia as coisas são complicadas de arranjar e você não pode simplesmente sair na rua e começar a tirar fotos, enquanto existem menos limites em Nova Iorque.

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Que outros fotógrafos você admira?

Eu admiro muitos outros artistas, como Juergen Teller, Anthony Goicolea, Cindy Sherman, John Bidgood, Slava Mogutin, Nikki S. Lee e Claude Cahun. E eu amo a atitude punk de Bruce LaBruce e seu senso de humor. Ele tem uma mente única, é um rebelde intelectual. Ele influenciou muito minhas idéias sobre pornografia e arte com um zine chamado “J. D’s”, nos anos 80, que falava sobre música gay e continha desenhos lésbicos de G. B. Jones. Ele queria antagonizar as subculturas gays do movimento punk. Por isso ele teve muita influencia sobre mim desde que comecei a trabalhar com tudo isso. Eu tenho pensado nele ultimamente e como seu trabalho reflete nos nossos dias de internet. Desde filmes pornôs feitos em casa até perfis pornográficos no Facebook, Flickr, MySpace e outras plataformas desse tipo, onde a identidade gay é produzida e reproduzida. Até a “autopornografia” abre discussões sobre exposição e observação num mundo virtual, onde o limite de privado e público é invisível.

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E filmes ou livros, o que influencia seu trabalho?

Essa é uma pergunta difícil. Acima de todos, meu livro e filme favorito é “O Exorcista”. Depois dele penso em diretores como Pedro Almodovar, David Lynch e John Waters. E também em autores como Michel Foucault e Judith Butler. Atualmente estou lendo “Visions of Excess”, de Georges Bataille [uma coletânea de crônicas], e “The Power of Horror”, de Julia Kristeva [um ensaio sobre a visão de Freud e Lacan sobre marginalização].

É verdade que você está trabalhando em novos sets, que serão mais baratos?

Sim, pensando na situação econômica eu quis fazer impressões menores por preços mais acessíveis para fazer meu trabalho alcançar mais gente. Se alguém estiver interessado, basta se juntar ao mailing que logo novidades vão aparecer por lá.

Não dá pra adiantar nada?

São imagens da série “Sigh Oh Nara!” [fotos dele tiradas no Japão], versões alternativas delas em tamanhos menores…

Você já veio ao Brasil ou tem alguma imagem formada do país?

Eu nunca estive no Brasil, mas adoraria. Existem muita coisas no Brasil que amo, como meus amigos e música – eu ouço Marisa Monte e Fernanda Abreu desde que eu sou criança. Há também a língua, a música me fez querer aprender português – o que não deve ser muito difícil por parecer bastante com espanhol. E eu amo comida brasileira, eu poderia comer muqueca e brigadeiro todo dia!

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A entrevista em inglês está aqui.

2 Respostas

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